Time feminino chama mais atenção que os marmanjos

Allan Costa Pinto

Quase todos os títulos do clube tem a participação de Dayane.

No Novo Mundo, futebol é coisa de mulher. O bairro tem um dos times mais vitoriosos do Brasil na categoria feminina e, após período de baixa, tenta retomar sua trajetória de conquistas. Para isso, conta com o retorno de uma de suas principais jogadoras, Dayane Rocha, que volta ao País após três temporadas na Itália.

Títulos metropolitanos, estaduais, regionais, jogadoras na Seleção Brasileira... Tudo isso fez do futebol feminino uma tradição no bairro. O time das meninas, inclusive, muitas vezes chama mais a atenção que o dos marmanjos. Enquanto a maior conquista recente dos homens foi o campeonato da Série B da Suburbana, no ano passado, as mulheres já chegaram ao octa metropolitano e campeãs do Sul-Brasileiro, em 2006.

Jogos Olímpicos

Quase todos os títulos conquistados pelas meninas do Novo Mundo teve a participação de Dayane. Ela fez parte da primeira equipe feminina montada pelo clube, em 2001, e defendeu a camisa vermelha do bairro por sete temporadas. “Foi aqui que me destaquei, cheguei à seleção, às olimpíadas... Tudo o que sou no futebol devo ao Novo Mundo”, reconhece a atacante, que defendeu o Brasil no Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, e jogou na França, Espanha e Itália.

Sucesso com dificuldades

O sucesso das mulheres mudou a realidade do clube e melhorou a situação também da equipe masculina do Novo Mundo. “Sempre teve o time masculino, mas era meio largado. O clube cresceu muito. Melhorou o campo, as arquibancadas, os vestiários. Antes era bem caído... Agora, quando se fala em futebol feminino em Curitiba, a referência é o Novo Mundo”, recorda Dayane Rocha.

Em 2010, o time foi destaque nacional ao ter três jogadoras na Seleção Brasileira que venceu o Sul-Americano Feminino, no Equador: Dayane, Marina e Cléo.

Mesmo assim, o clube enfrenta as velhas dificuldades do futebol feminino do Brasil: a falta de patrocinadores e de campeonatos lucrativos. “O presidente (Moacir Ribas) sempre se esforçou, mas não estava conseguindo manter o time, que ficou parado por dois anos. Agora, com patrocínio da Girho’s (rolamentos), conseguiu voltar para o paranaense. Se vai ficar, não sei. Tomara que sim, pois é um time que já deu muitas alegrias ao bairro”, torce Dayane.